O impacto da LGPD

A internet e a globalização transformaram o modo das pessoas lidarem com seus dados particulares. Ao longo das décadas, as pessoas divulgaram esses dados mais e mais, e aí isso virou um costume. Disponibilizaram em formulários na web, nas redes sociais, em compras on-line, entre outros canais. Bem, se a rotina social foi mudando, a econômica também, evidentemente. E as empresas tiveram que aprender a manejar o volume de dados pessoais que crescia velozmente. Aos poucos, operar isso virou, também, algo usual. Mas, agora, qual é o desafio para quem é do setor privado? 

Se antes houve um “boom” de disponibilização de dados, digamos que hoje estamos numa fase de retração ou, no mínimo, de cuidado com esses dados pessoais, sejam eles físicos ou digitais. As coisas se inverteram, e os indivíduos também na figura de consumidores e clientes vêm pedindo por mais proteção de dados, inclusive no Brasil. Por isso, foi sancionada a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais. Uma lei sólida, forte como a LGPD, além de ser uma trilha para que os brasileiros sigam e tenham mais controle sobre o que é feito com seus dados pessoais, significa construir um cenário de segurança jurídica, com padronização de normas e procedimentos, para que o empresariado se beneficie com igualdade de condições para competir. Afinal, em meio à economia digital e às novas tecnologias, perpetuar desequilíbrios entre os níveis de proteção e setores do mercado, só causaria mais concorrência desleal e mais obstáculos ao desenvolvimento econômico do país. 

Portanto, você, que é empreendedor individual, micro, pequeno ou grande empresário, percebe que precisa se dedicar a entender a LGPD? Afinal, ela gerará impactos nos negócios, na hora de tratar dados de seus clientes e funcionários, no momento de fazer a portabilidade de dados, quando sua adequação for exigida e sua ausência se fizer “presente” as penalidades sejam elas pecuniárias ou não podem causar prejuízo enorme para o bom andamento da empresa, até mesmo o encerramento das atividades. É fato que a violação de uma legislação, seja de forma culposa ou dolosa, seja pelos seus gestores ou colaboradores, pode custar caro para a empresa, não apenas financeiramente, mas, também com relação a forma como é vista no mercado. 

Empresas que sofreram ou estão sofrendo com violações ou vazamentos acabam não sendo procuradas no momento de firmar contratos, nem por fornecedores e parceiros, tampouco por clientes, e tais situações prejudicam sua imagem perante o mercado. No caso dos titulares, a situação se mostra ainda pior, pois quem é a pessoa que gostaria de contratar uma empresa que colocaria seus dados em risco? Também é importante pensar que à medida que as empresas entendem a importância da adequação e estão buscando implementar a cultura da proteção de dados, essas vão levar isso em conta no momento de contratar fornecedores e parceiros. Logo, alguém que não está adequado, ainda que ofertando produto ou serviço excelente, perde lugar na tratativa para outra empresa já ciente do assunto. 

É importante que as empresas estejam cientes, não apenas das sanções que podem sofrer previstas na legislação, mas também dos reflexos que essas podem acarretar perante o mercado, o que traria prejuízos ainda maiores. Diante disso, busque o apoio de profissionais qualificados em proteção de dados que sejam atentos à lei, as resoluções, e que busquem entender o seu negócio, para evitar riscos e prejuízos.


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